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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Dilma Rouseff e Joaquim Barbosa: Uma reflexão Sociológica na Teoria de Pierre Bourdieu

Bourdieu entende que há uma concorrência no interior de cada campo social de forma dinâmica, que tem sua origem nos agentes sociais (pessoas) através de estratégias diferentes que visam à transformação ou conservação das estruturas sociais.

O ministro Joaquim Barbosa em sua trajetória de vida confirma a teoria de Bourdieu que não há fatalismo de “classes” ou de “estrutura”.

Embora a desigualdade da distribuição do capital seja a gênese das lutas que produzem um conflito permanente, essas são configuradas na defesa dos grupos dominantes, que querem defender seus privilégios em oposição aos grupos e indivíduos que lutam por poder e reconhecimento, que se situam na hierarquia social na posição de inferioridade.

A forma com que essa luta se realiza são diversas, tais como: “acumulação de capital econômico ou social, cultural e simbólico”.

As lutas são formas de tentar modificar as estruturas dos campos sociais, ao mesmo tempo, uma maneira de alterar as hierarquias manifestadas nas diversas formas, como: “econômica, cultural ou simbólica”.

Mas as hierarquias podem ser alteradas, modificadas, pois a cultura também é um capital.

 O ministro Joaquim Barbosa e a presidenta Dilma Rouseff adquiriram esse capital, quebrando assim o fatalismo da estrutura do “poder dominante”.

Os “processos antecedentes” que são “estruturas estruturantes” produzem e reproduzem o poder simbólico, tem o objetivo de através da luta simbólica quebrar a lógica social da classe dominante.

Essa classe dominante é legitima para os agentes do campo social e considerado por eles como normal.

Dilma e Joaquim Barbosa são exemplos da sociologia de Bourdieu, em que o agente social transforma a “estrutura social”.

A violência simbólica, doce e mascarada, se exerce com a cumplicidade daquele que a sofre, das suas vítimas.

Segundo Bourdieu 1996, p.275, “Essa violência está presente no discurso do mestre, na autoridade do burocrata, na atitude do intelectual (...) constituem uma violência simbólica, pela qual ninguém é verdadeiramente responsável, que oprime e rege as linhas políticas nas democracias contemporâneas.

Dois paradigmas fatalistas quebrados:

O negro escravizado na colonização do País, marginalizado e vítima do preconceito na história sempre as margens da sociedade.

A mulher vitima da violência de gênero, na cultura religiosa judaico-cristã, a responsável pela inserção do “pecado” no mundo.

Agora representa o poder legitimo, quebrando toda a lógica da “estrutura  estruturante” estratificada pelos “processos antecedentes”.

Na sociologia de Bourdieu não há determinismo, predestinação ou destino, o agente social transforma as estruturas sociais.
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BIBLIOGRAFIA
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo – SP Perspectiva, 7ª Ed., 2011.

________________. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 14ª ed., 2010.

CORTES, Verónica. Pierre Bourdieu, notas acerca de uma sociologia dos campos. In: Guia de Estudos Relações mundializadas, neoliberalismo e sociabilidade humana. São Bernardo do Campo: Editora da Universidade Metodista de São Paulo, 2009.

THIRY-CHERQUES, Hermano Roberto. Pierre Bourdieu: a teoria na prática. Revista de Administração Pública Rio de Janeiro 40(1): 27-55, Jan./Fev. 2006.