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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Céu: Onde o homem vai...Ou onde Deus vem?

No discurso do cenáculo, Jesus começa a se despedir dos discípulos e dizendo:

“Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (v 14.3).

Jesus disse que os discípulos sabiam o caminho (v. 4), mas Tomé discordou da opinião de Jesus então Jesus explica (vs.6-15), e diz que rogaria ao Pai para enviar outro “consolador” (parakleto) (vs 14.16).

Jesus chama o Espírito Santo de espírito da verdade que o mundo não pode receber porque não vê, não o conhece, mas os discípulos conheciam tinham conhecimento: “porque ele habita convosco e estará em vós” (vs 14.17).

O verbo habitar está no tempo presente, “agora”, mas na sequência, ele fala que “estará” com os discípulos (vs14.17), e completa: “Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros” (vs 14.18).

A partir daí, Ele ainda fala: vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós (vs14.20), o Pai o amará, e viremos para Ele e faremos nele morada (vs 14.23), ouvistes que eu vos disse: vou e volto para junto de vós. (14. 28).

Se a interpretação é que Ele voltará, por ocasião da segunda vinda, então fica difícil aceitar que Ele não está, se for entendido que Ele está, então como explicar as “muitas moradas” que há na casa do Pai?

Alguns interpretam que a hermenêutica coerente com o texto seria que as muitas moradas, seria os discípulos em que o Espírito Santo habita, essa é uma realidade experimentada pela fé: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada” (Jo 14.23). Nesse caso, essas seriam as muitas moradas que há na casa do pai, não onde os discípulos irão, mas moradas onde Deus resolveu habitar.

Mas porque o desejo de querer ir... se Ele resolveu vir, céu não é um lugar, é um estado desejado pela  alma humana, esse lugar não existe localizado no espaço-tempo, mas no desejo-falta, aquela sensação de que um dia tivemos esse lugar e o perdemos. Freud chama de desamparo, desejo de retorno ao útero deixado, o cristão de paraiso, um lugar onde habita o desejo, saudade, o paraiso perdido...

5 comentários:

  1. Quando Jesus disse que ia preparar lugar, e que voltaria e os receberiam para Ele, para que, onde Ele estivesse, eles estariam com ele também, ele poderia não ter certeza de onde estava indo, pois o céu não se precisa preparar lugar, e por isso ele estava dizendo implicitamente que ele estava indo para morte primeiro, e se do outro lado estivesse alguma coisa ele veria primeiro e aditaria as coisas para eles, ou mesmo se não tivesse nada e ele se desfizesse no pó, os discípulos também teriam o mesmo destino e com ele no nada estariam para sempre, esperando ou não esperando o mesmo destino de todos.


    Agora faz o favor de responder meu comentário sem me enrolar, pois sua conclusão também nega a ressurreição dos mortos, e depois passa no meu blog.

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  2. Gresder.
    Primeiro quero agradecer pela sua visita.
    Quanto a sua interpretação é válida pois o contexto em que ele fala é realmente de despedida.

    Quanto a conjectura seguinte, está bastante confusa, pois fazer qualquer outra afirmação além de que ele estaría falando da sua morte fica difícil afirmar.

    Quanto ao seu comentario de que eu “nego a ressurreição dos mortos”, lhe respondo:
    “Não é uma questão de negar ou afirma, tão pouco de crer, mas de desejar, se me perguntarem se creio na ressurreição, repondo: “Eu desejo”, ou seja, necessito, a minha estrutura psicológica precisa de uma filosofía de duração, eu não suportaría, crer que tudo é devir…(nietsche), não sou nenhum super-homem. Assim como grande maioria da humanidade preciso, estruturar a minha psique, no “desejo de continuidade”.

    Tenho dúvidas se existirá ou não a ressurreição, mas quer saber, o meu desejo de continuar a vida após a morte é tanto que insisto em crer, embora a dúvida persista, quero presistir mais em desejar. Logo fazendo uma parafrase com agostinho que disse: “creio logo sei”, eu digo: “desejo logo creio”.

    Quanto a pasar no seu blog, eu sabia que você não ia deixar barato, nenhuma visita sua pode pasar despercebida não é …tudo tem o seu preço. Basta ver que nunca mais fez comentarios aquí no meu blog.

    Só faz comentario com interesse de receber comentarios de volta hein…
    Isso sim é sinónimo de egoísmo! Hahahhahahahahahah.

    (se quiser pode fazer a tréplica) Hahhahaahhahaah
    Abraço.

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  3. Nossa José Lima você acha que eu sou egoísta e não perco viagem, agora conta uma novidade, e algo que ainda eu não sei de mim?1

    Sim! Obvio que eu não comento aqui por que você não comenta lá, qual a novidade do raciocínio e qual o problema, vai encarar kkkkkkkkkk

    E sim! Eu sei que a fé é querer e que oi querer e traz a existência coisas que não são em um plano da existência, mas que é relam no plano da concepção da fé, e sendo que tudo é concepção subjetiva do mundo, tendo de fato, poucos fatos indiscutíveis, (tudo é discutível, e passível de opinião diferente) o que se torna como verdade no meu coração de forma a redirecionar minha vida para aquilo que é de fato verdade, pois é minha verdade, a verdade do único do meu mundo que me preenche, pois verdade mesmo é subjetividade. Pois é da subjetividade que se vê e se constrói todos os mundos.

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  4. Professor, primeiro peço perdão pela ausência mas confesso que como você sumiu-ninquém-sabe-ninguém-viu, esqueço mesmo de você...rssssss

    Mas vou me redimir a partir de agora.

    Olha, a exegese que você citou é interessante ainda mais por que é a exegese que os kardecistas fazem do texto.

    No meu ponto de vista esse dito de Jesus não é de Jesus e sim, interpretação teológica de João. Mesmo porque só existe em seu evangelho.

    Para mim todo o projeto de Jesus tinha que se realizar aqui e agora e não lá e no futuro. Vejo isso nos sinópticos.

    Agora que eu vim aqui fazer esse mega-ultra comentário teológico-exegético, você deve ir à confraria e ler a postagem que está lá sobre poesias e matemáticas no texto de Gênesis 1. Se possível, faça um comentário.

    Hein? Estou sendo egoísta igual ao Gresder? ô professor, perdoe-me, é que eu não segui aquele bom conselhos bíblico: "As más conversações corrempem os bons costumes"....kkkkkkkkkkkkkkkk

    abração

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  5. Prezado professor J. Lima


    Antológica essa sua construção:

    "Mas porque o desejo de querer ir... se Ele resolveu vir, céu não é um lugar, é um estado desejado pela alma humana, esse lugar não existe localizado no espaço-tempo, mas no desejo-falta, aquela sensação de que um dia tivemos esse lugar e o perdemos. Freud chama de desamparo, desejo de retorno ao útero deixado, o cristão de paraiso, um lugar onde habita o desejo, saudade, o paraiso perdido..."


    Aprendemos muito mais sobre nós mesmos, quando trazemos as metáforas e mitos Bíblicos para o campo da história dos nossos instintos, dos nossos desejos e afetos ambivalentes.

    Ao invés de utilizarmos a leitura bíblica para compreender o universo físico e biológico, melhor seria estudá-la por uma ótica que nos permitisse conhecer melhor os meandros de nossa psique, como você o fez tão bem no desfecho do seu ensaio.


    Abçs,

    Levi B. Santos

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