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quarta-feira, 14 de março de 2012

A TOLERÂNCIA QUE DIMINUI A DISTÂNCIA

Como água no deserto
Procurei seu passo incerto
Pra me aproximar
A tempo

O seu código de guerra
E a certeza que te cerca
Me fazem ficar atento

Não me importa a sua crença
Eu quero a diferença
Que me faz te olhar
De frente

Pra falar de tolerância
E acabar com essa distância
Entre nós dois (Música Tolerância –Ana Carolina)

Água no deserto não é apenas desejo, mas necessidade, sobrevivência. A ausência de água como a sentença, como efeito da não vida no deserto. A sua frente caminha alguém que tinha “passo incerto”. Mas o que produz a incerteza nos passos de quem caminha?

Existe um “código de Guerra” para aqueles que em suas certezas tem seus passos incertos e toda “guerra” é produto da “certeza”, é necessário ficar “atento” quando se relaciona com pessoas que tem “certezas” que impedem a aproximação de quem deseja se aproximar, isso porque para essas suas crenças são mais importantes que as pessoas. As certezas colocam as pessoas sempre a “frente” suas crenças se transformam em “cercas”.

Qual caminho deve seguir a pessoa que tenta se aproximar de quem vive a vida como um “código” um sistema de identificação que ajunta os “iguais” ao mesmo tempo em que exclui os diferentes.

“Se pareço ainda estranho, se não sou do seu rebanho e ainda assim te quero”. (A.C). O que é mais nobre: Alguém aceitar o outro pelo fato de ter em comum às mesmas crenças e certezas ou aceitar o diferente, não deixar com que as diferenças façam à diferença? Afinal o que aprendemos com os “iguais”? Não são os diferentes que podem nos acrescentar o que não temos?

Que nobreza há no convívio dos que pensam iguais? Que virtude pode ser desenvolvida se não houver convívio entre os que não são do mesmo “rebanho”?

A crença não deve ganhar proeminência sobre a diferença. A “diferença” torna o outro um espelho, a única forma de nos olharmos “de frente” está justamente nas diferenças. Os que pode fazer com que as pessoas que vivem cercadas de certezas deixem de se relacionar através seus códigos de guerra?

A resposta está para haver diálogo com o diferente, para que haja “fala” é necessário “tolerância” essa é a única forma de acabar com a “distância” trazer o outro para ser o próximo. Os códigos de guerras produzidos pelas certezas, excluem os diferentes que agregam somente os que “pensam iguais”, são produto de ajuntamento do mesmo “rebanho”.

“È que o amor é soberano, e supera todo engano, sem jamais perder o elo" (Música: Ana Carolina).

A grandeza está em quem reconhece sua “estranheza”, sabe que não pertence ao “rebanho”, contudo se esforça para que o “amor soberano” venha superar todo “engano” produto dos “códigos e certezas”. O amor é a única verdade que faz com que não seja perdido o elo... Elo que mantém unidade nas diferenças através da tolerância...

quinta-feira, 8 de março de 2012

QUEM É MESMO O FARISEU?

A interpretação do sermão do monte em sua grande maioria é que os bem aventurados são os que se esforçam para viver a vida naquele modelo descrito por Cristo!

Mas quem disse que Jesus falou para alguém viver aquele modelo? Ele disse que bem aventurados SÃO não os QUE FAZEM não é uma disposição ATIVA, mas PASSIVA!


Quase todos são unânimes que ninguém consegue viver na íntegra o modelo das bem aventuranças expostas no sermão... Mas mesmo assim admitem estar no reino!

Ora, como assim? Então temos que rever a leitura! Veja que a explicação está no contexto onde as maiorias das bíblias fizeram as divisões em MATEUS CAP 5 vs 1, contudo o sermão começa no MATEUS CAP 4.23.

O contexto mostra que Cristo estava falando às pessoas que o seguiam, esses eram os CEGOS, COXOS ALEIJADOS PARALITICOS ETC. Todos esses eram rejeitados tanto pelo império Romano, por serem improdutivos e pela religião como a dos fariseus, que tinha uma teologia de CAUSA E EFEITO!

O que significa uma teologia de CAUSA E EFEITO? Aquela velha barganha, faz para o Senhor que ele faz de volta, sai do caminho do Senhor e ele te castiga, sirva o senhor e prospere, se não servir, o Senhor não prosperará! Isso é o sistema de MERCADO!

O sermão do monte que aliais não é SOMENTE O CAPITULO 5 de Mateus nem começa nele, começa em MATEUS CAP 4.23, e vai até MATEUS CAP 8. 1, quando ele desce do monte. Portanto o sermão do monte é composto por QUATRO CAPITULOS!

Mas a tradição nos viciou a ler o sermão separadamen
te! É ai que entra o legalismo!

Jesus estava dizendo para aqueles que chamaram de BEM AVENTURADOS que DELES era o REINO, e apesar do ESTADO DELES, de forma que BEM AVENTURADOS SÃO OS QUE CHORAM não é POR QUE CHORAM que são bem aventurados, MAS PORQUE não podem fazer outra coisa A NÃO SE CHORAR!

Se o reino pertence aos bem aventurados que choram e porque choram, logo isso se caracterizaria o reino como uma conquista por MÉRITOS. Acontece que a marca do reino é justamente a graça, o que implica a ausência de méritos por aqueles que entram nele!

Os que têm sede de justiça são bem aventurados, porque tem SEDE DE JUSTIÇA e nada mais, visto que não tem PODER PARA FAZER A JUSTIÇA QUE TEM SEDE! È uma sede que não poderá ser saciada. Jesus diz: O REINO É DE VOCÊS!

Não é errado a pessoa ter SEDE DE JUSTIÇA e FAZER JUSTIÇA, pelo contrário, afinal, o trono de Deus é descrito como um TRONO DE JUSTIÇA!!!Jesus ama a justiça e aborrece a iniqüidade! (Hb 1.7-10).

Se o sermão do monte fosse mandamento para serem obedecidos eu prefiro obedecer a LEI... Porque? Veja... Qual seria melhor ser condenado por uma AÇÃO CONCRETA ou por um PENSAMENTO SUJETIVO?

Não adulterarás, a praticar o adultério é pecado essa era a transgressão da lei. Jesus diz: “Aquele que, porém desejar no seu coração já cometeu adultério”!

Qual é o mais difícil? Praticar o adultério ou desejar? Ora é claro que é o praticar. Se esse mandamento de Cristo for literal para ser cumprido logo então é mais fácil alguém da LEI ser Salvo, visto que muitos são os que não praticam o adultério, mas quanto ao desejar...

Sendo assim Jesus veio trazer uma LEI MAIS COMPLEXA ou um FARDO MAIS PESADO?

Agora ninguém toma esse texto com uma aplicação literal não é? Caso fizessem então os LEGALISTAS DE PLANTÃO deveriam averiguar se o membro da igreja DESEJOU NO CORAÇÃO e se ocorreu dar a tão famosa DISCIPLINA...

Mas alguém já viu ser DISCIPLINADO (Diga-se literalmente ex-comungado!) por ter desejado a mulher do irmão? Não! Claro que não! A resposta é AQUELE É UM ADULTÉRIO SUBJETIVO!

Jesus estava mostrando que a aplicação da lei pelos fariseus estavam na realidade atacando o EFEITO e não poderiam resolver a CAUSA!

Ora se para cumprir a lei teria que ser uma obediência de todo o CORAÇÃO MENTE E ENTENDIMENTO E FORÇA, logo o ato do adultério autenticava a transgressão do MANDAMENTO DA LEI, contudo, alguém poderia não consumar o ato e julgar-se melhor do que o transgressor ou ainda o condenar.
Jesus desmascarou mostrando que na essência da lei você pode ser um TRANGRESSOR MESMO AO TENTAR CUMPRI-LÁ.

Isso porque há possibilidade de obedecer aos MANDAMENTOS e se jactar diante dos homens, mas diante de Deus o obediente torna-se um TRANSGRESSOR DO ESPÍRITO DA LEI mesmo obedecendo-a! Cumpre o MANDAMENTO, mas descumpre o ESPÍRITO!

A ação precisa ser legitimada pelo amor, logo, a obediência à letra da lei é efeito, o amor é a causa! Quem viola a causa e se justifica pelo efeito, julga-se ser maior do que a causa, logo se torna DEUS DE SI MESMO, visto que cria a lei e se põe acima dela, quer ser maior do que Deus, pois o próprio Deus cria as leis, mas rege-as pelo amor.

O FARISEU cria as leis e faz delas um fim em si mesmo, se acham acima delas. Portanto que ninguém me venha com FARISAISMO MODERNO de querem se ufanar de ser um BOM CRISTÃO por cumprir os mandamentos do sermão! Esse ninguém os cumpre na íntegra.

O sermão do monte tinha o objetivo de mostrar que no reino CABEM TODOS INDEPENDENTE DO SEU ESTADO e quanto aos FARISEUS que se cuidem, pois os PUBLICANOS E MERETRIZES os antecederão, foi o que disse o REI desse reino: JESUS!