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Jl-reflexoes

domingo, 28 de março de 2010

O amante!

Você estava presente em todos os momentos, mas no inicio não o percebia, minha percepção não era suficiente para notá-lo, para mim só existia o “agora” continuo e eterno, de maneira imperceptível, começou mexer comigo.

Embora sua presença não fosse de imediato notada, não dava para deixar de senti-lo, comecei notar que você fazia parte de mim, não demorou muito a te conhecer melhor, passei a te desejar mais, queria que acelerasse o seu movimento em mim, mas o sentia passivo, não percebia que era a intensidade dos meus movimento que fazia o acelerar, eu era quem determinava a sua presença com maior força.

Meu corpo o desejava com maior intensidade queria que você me tocasse com mais anseio, tinha pressa em o sentir, percebi que o meu desejo não aumentava a sua velocidade, e quanto mais queria que você me levasse, mais sentia sua demora, você nunca teve pressa, eu desejava correr!

Suas marcas eram quase imperceptíveis, mas a cada toque seu aumentava a sensação, aos poucos comecei a sentir a sua força, meu desejo era veloz, mas você não tinha pressa era um amante paciente, eu não percebia que a sua força consistia em deixar que eu determinasse como você iria me tocar.

Enigmático, indecifrável, eu pensava que você existisse independente de mim, mas percebi que meu corpo é que lhe da significado, os dias mostram a sua importância, os astros tentam lhe por limites, a terra passeia em torno de si para marcar a velocidade com que você passa, mas você e que marca a velocidade que passa em min.

Agora experimento a sensação de perda, emoções, desejo o que sei não ser mais possível realizar, é implacável aquele que gera a saudade, nunca me permite voltar, amante exclusivista, a todo o momento me lembra que estou passando, enquanto você passa em min.

Dono de muitas paixões, mas você me domina, marca o meu rosto, transforma o meu corpo, mesmo quando luto contra, sua força é maior, não precisa do meu consentimento violenta os meus desejos, me frustra, humilha, mostra-me os meus erros, não me poupa de remorsos, tira pessoas que eu amo, mas em nenhum momento deixa de estar comigo, mesmo sendo para trazer à lembrança as dores que sinto.

Desejo que você pare! Dê uma pausa, mas você invade violenta a minha vontade, não tenho opção vou me entregar, deixar-me levar, já não quero mais resistir, quero estar mais com você, pois sei que vai sempre me dominar, independente do meu querer. Então, já que não tenho opção, quero sentir prazer, celebrar com você o nosso caso de amor, meu amante... Tempo!

sexta-feira, 19 de março de 2010

A anti-ética da gen-ética

Ética é uma palavra do: “grego ηθική, ethiké) (...) ramo da filosofia (...) que estuda a natureza do que é considerado adequado e moralmente correto. Já genética, “do grego genno (fazer nascer), é a ciência dos genes, da hereditariedade e da variação dos organismos.


A genética estuda a origem da vida, dos genes,desenvolvimento da vida em suas complexidades, enquanto a ética estuda o juizo dos atos, determinando o que é moralmente certo ou errado.Uma acompanha o desenvolvimento do ser, outra julga as suas ações consciente deste.

O gênesis da existência não segue um código de ética, pois a genética, está envolta em mistérios, as substâncias que traz a existência o Ser, coloca-o num habitat, de forma que suas ações, não são moldadas pelo ambiente, mas o ambiente se ajusta sofrendo mudanças para acomodá-lo.

O sêmen é a semen-te que sozinha não produz vida, precisa ser introduzida no óvulo para juntos desenvolverem a maravilha que é o ser humano. È interessante notar que não há ética na gen-ética do “ser” que ainda não “é” ativo na transformação do seu ambiente, pois a sua ação é romper com qualquer resistência que venha se opor ao seu desenvolvimento.

O útero ma-terno é obrigado a tornar-se terno, aconchegante, pois, o ser vivo que está nele para se desenvolver, exige ser acomodado, mas esse “ser” fica in-comodado, quando o espaço, já não suporta mais o seu desenvolvimento. O tempo acaba sendo o responsável por tirá-lo do in-cômodo de não ser mais cômodo ficar onde está; [1], no entanto o mesmo tempo que o obriga a sair, causa-lhe outro incomodo, o de perder a proteção que tinha antes de Crescer.

O crescimento exige uma nova dimensão onde ele ganha espaço, mas perde o conforto. [2] Assim é na vida, crescer significa romper, sair do conforto das certezas, e entrar no mundo das incertezas, pois as certezas mais convictas hoje são incertezas amanhã! Assim como o feto fica protegido pelas limitações do útero, e não tem noção do que o espera do lado de fora, o homem fica  protegido pelas suas limitações, e se acomoda nas suas certezas até o momento em que as necessidades o empurram para fora do seu “habitat”. [3]

O feto experimenta momentos de mudanças drásticas, para crescer, é preciso sair da “redoma” do útero empurrado pela placenta, não por opção mais pela força da natureza bio-lógica, a lógica da vida mostra a lei da necessidade,  que para ganhar é necessário perder.

O feto ganha espaço, mas perde o conforto, perde o conforto, mas ganha uma nova visão do mundo além-utero. A placenta que acomoda é a mesma que “expulsa”, na lei da genética há uma ética, e essa é implacável: “o crescimento exige ruptura”.

Jesus mostrou essa lei ao confrontar os religiosos da sua época, a obediência externa da lei, servia como um “útero”, [4] que acomodava o legalismo, eles estavam como um feto, acomodado, e quando chegou o momento de ser “expulsos” do seu habitat, rejeitaram por medo do que ia perder, mas não sabiam que a única forma de ter uma revelação maior seria deixar a revelação anterior.

O feto perde o conforto, mas ganha uma nova visão da existência, semelhantemente, também corremos o risco de ficarmos “presos”, no “útero do comodismo”, das nossas convicções que nos protege, de encarar o mundo desconhecido dos que pensam diferentes de nós.

Afinal podemos perder tudo o que adquirimos! Para que correr riscos? Sair é correr o risco de perder o que foi ganho durante o período no “habitat fechado”, que nos acomodava!Para o ser humano o desconhecido é um adversário a ser temido, pois ele é implacável, não dá opção, uma vez conhecido, não há como voltar atrás.

A criança, ao sair do útero, expressa o seu descontentamento com o choro, mas depois fica encantado com as luzes, recebe o aconchego de quem esta do lado de fora ansioso para conhecê-lo. Não tem opção de voltar, ao lugar que estava, e ainda que tivesse certamente não iria mais trocar a visão que tem agora do lado de fora, pela visão que tinha do lado de dentro, mesmo que o preço dessa visão seja o desconforto.

Para receber agora o que recebia passivamente, precisará ativamente, se expressar, muda-se a comunicação, essa é a perda de sair do “útero”, mas o ganho de estar fora é experimentar o que nunca teria no lugar onde esteve.

Crescer é uma necessidade da genética humana, o homem está pré-determinado a se desenvolver... Haverá um momento em que as circunstâncias da vida, nos empurará para fora do nosso habitat, experimentaremos a força de não poder resistir as mudanças que nos cercam e nos obrigam a rever nossas certezas.

Quando isso acontecer certamente teremos des-conforto, mas o conforto vem ao experimentarmos que é melhor crescer, do que lutar contra a força da genética da vida.

Uma vez que fomos fecundados pelo “sêmen” vida, não há como permanecer sem crescimento, pois estaríamos indo contra a bio-gen-ética , que nos gerou para  viver.
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NOTAS                                     
[1] O Sábio do livro de Eclesiastes, fala da ação primordial do tempo na existência humana: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer”. Isso nos mostra que a vida passa por ciclos, e as mudanças são necessárias.

[2] O apóstolo Paulo em 1corintios 13, fala da mudança que houve de acordo com a mudança de fase de criança para adulto, pois as atitudes mudaram.

[3] O apóstolo Paulo teve a revelação dessa realidade quando diz: “... gloriamos-nos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz paciência. E a paciência a experiência, e a experiência a esperança”. Isso mostra a realidade de que para ganharmos algo que venha nos ajudar no crescimento, precisamos às vezes ser “expulsos”, da nossa comodidade através de circunstâncias adversas que trarão benefícios.

[4] Mateus 23:5 Jesus fala que a religião Farisaica se acomodava no engano de obras visíveis, que não eram reprovadas em si, por ser obras, mas na intenção: “a fim de serem vistos pelos homens”. Na ética de Jesus os fins não justificam os meios, as intenções do interior é o aferidor de medidas para a justificação das obras, e não as obras se justificarão por si mesmas.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Religião: Sentido e Neurose

A religião realmente tem causado uma opressão psicológica no homem, pois alguns fenômenos são espiritualizados, hoje se percebe que as causas de muitas manifestações tiveram sua origem não nos “espíritos”, mas na pressão psicológica com leis rígidas, onde o homem confrontado com as exigências da divindade criou um estado de “síndrome do pânico” conseqüências do terror diante da possibilidade de infligir alguma lei, do “Deus”, exigente!

Afinal que final poderá ter quem “desobedecer”, aquele que está “com os olhos como chama de fogo”, um verdadeiro teatro de horror, onde não há alternativa, a obediência irracional é o único meio de manter aplacada sua a ira!

Jesus encontrou esse sistema no seu tempo, veja a situação de uma mulher oprimida pela religião que se propõe re-construir a relação humanidade-divindade, mas diviniza a hierarquia e des-humaniza o homem na qual se propõe elevar:

“Jesus estava ensinando numa das sinagogas no sábado. E estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; e andava encurvada, e não podia de modo algum se endireitar. Vendo-a Jesus, chamou-a, e disse-lhe: Mulher estás livre da tua enfermidade; e impôs-lhe as mãos e imediatamente ela se endireitou, e glorificava a Deus. [1]

Esse texto mostra a cura efetuada por Jesus, fala de um “espírito de enfermidade”, a crença na teologia é que há espíritos que influenciam na vida do ser humano, embora não seja empiricamente provado, não há porque contestar, visto que a religião atua no âmbito da fé.

No entanto o fato de andar encurvada, não significa que foi uma “ação imediata” desse espírito, ela estava nesse estado há dezoito anos. Uma leitura mais analítica desse texto poderá revelar alguns fatores psicológicos, na vida dessa mulher:

- Estava na sinagoga, pertencia à religião judaica da qual é a gênese do cristianismo, que culpava a mulher pela desgraça de adão e conseqüentemente da humanidade.

- A lei é reconhecida como boa e perfeita mesmo assim produzia que culminava em opressão. Como algo que veio para o bem ser transformado em algo tão maligno?

- A religião como produtora de sentido da vida, transformou uma mulher, chamada por Jesus de filha de Abraão, prisioneira durante dezoito anos num cárcere psicológico será que a pressão da mente não encurvou o seu corpo? (psico-somático?).

- Os interpretes colocavam o dia de sábado como “sagrado”, onde não poderiam exercer nenhum trabalho, mas Jesus cura a mulher justamente nesse dia, e essa foi à queixa do chefe da sinagoga, porque será que eles valorizavam mais o dia do que as pessoas, mais a liturgia do que o ser humano?

- Jesus os censurou que eles ao tirar uma ovelha para alimentá-las, estavam trabalhando, na realidade eles não relativizavam o conceito do que é “trabalho”. Isso mostra um ritualismo, com inversão de valores?

Dentro desse arcabouço, vemos que a situação da mulher foi um processo que culminou na opressão psicológica, e não uma “ação imediata”, uma possessão, há muitas pessoas que à semelhança dessa mulher, estão dentro do templo, com “opressão psicológica”.

Neurose causada pela culpa de conceitos deturpados, e ai ao atingir o ápice, a personalidade é totalmente aniquilada dando espaço para o “outro opressor” mesmo alegando ser o templo de Deus, outro “deus”, habita no seu templo, um deus que despersonaliza, anula o individuo fazendo o viver num estado neurótico.

Isso me faz refletir:  "A religião é a maior produtora de sentido, paradoxalmente, é também  a maior produtora de neuróticos..."
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Notas
[1] Lucas 13:10-17
[2] Salmos 19: 7 Romanos 7:16

sábado, 6 de março de 2010

Inspiração ou suficiência?

Uma das perguntas que sempre me perguntam é: “Como vou crer que um livro feito por homem é a palavra de Deus?” Sinceramente não acho importante a definição de “inspiração plenária ou verbal”! Estou em maior concordância com João Wesley “A bíblia é suficiente”!

Descobertas arqueológicas confirmam a existência de Abraão, Isaque e Jacó, outrora considerados como lendário, a destruição de Sodoma e Gomorra, que eram “mitológicas”, até que foram comprovadas a existência das cinco cidades mencionadas na Bíblia” [1]

Não é meu propósito fazer apologia sobre a credibilidade da bíblia, mas vejamos alguns fatos no mínimo intrigante; a Bíblia foi escrita num tempo remoto, com mais de 4000 mil anos de história, pela lógica, Ela não pode recomendar “Antes”, algo que o homem descobriria “depois”. Por exemplo, nela há princípios de profilaxia, num período tão longe da medicina moderna, ela registra antecipadamente algo que só seria descoberto em séculos posteriores!

No século XVIII, a Bíblia já havia se antecipado, recomendando atos que posteriormente na modernidade, foram “descobertos” instituindo princípios que seriam um “método preventivo” para a saúde dos hebreus na peregrinação, imagine a reação dos pais quando receberam a ordem de Deus para que ao oitavo dia do nascimento de todo menino, pegar o seu órgão genital, cortar a pele que fica envolto no pênis, essa operação (certamente sem anestesia usando talvez o vinho e o azeite como anti-séptico) [2], parecia uma crueldade de Deus para com uma criança, vejamos o mandamento de Deus:

“E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós. O filho de oito dias, pois, será circuncidado, todo o homem nas vossas gerações”. [3]

O significado dessa ação seria somente um ato com simbolismo espiritual? Apenas um símbolo prefigurando uma “cirurgia espiritual”, para uma aliança futura com a vinda do messias anunciado. [4] ou era uma antecipação a medicina que somente em 1900, conseguiu descobrir: “O Dr. Hiram N. Winebrg, descobriu que não havia câncer de útero nas mulheres judias, devido ao ato da “circuncisão”, (Circum = em volta de + cisão= corte) feita na criança do sexo masculino ao oitavo dia de nascimento [5]”.

Esse “corte em volta de” impede de acumular uma bactéria por nome “semegma”, que poderão ser depositadas numa relação sexual, no colo do útero, no caso de existir lacerações essas bactérias poderão causar irritações, conseqüentemente o câncer de útero [6].

A descoberta da ciência não se deu em laboratórios usando cobaias, mas pela observação nas mulheres judias, que não contraiam o câncer de útero. Mas porque no oitavo dia, pode perguntar alguém, não poderia ser depois, ou antes, do oitavo dia a resposta da medicina é não!

“Há um coagulador no sangue chamado de vitamina “K” antes do dia quinto e sétimo, o dia mais eficiente onde precisa da quantidade ideal (...) Também produz quantidade suficiente de “protombina” que eleva-se a quantidade de 110% depois desce a 100%, por isso o melhor dia é o oitavo por possuir maior quantidade do que qualquer outro dia” [7]

A medicina “descobriu”, o que bíblia já havia “descoberto”, cerca de 3000 anos antes de Cristo. No século 18 a Europa era o centro da tecnologia mundial, a medicina era destaque, em Viena um hospital muito famoso em sua época, tinha um alto índice de mortalidade, os obstetras atribuíram às mortes a lactação atrasada, medo e ar venenoso.

Os médicos que faziam as autopsias nas 24 horas precedentes, logo depois de acompanhados dos seus estudantes, iam aos quartos fazer exames nas mulheres gestantes, “sem lavar as mãos”, um médico por nome Ignaz Semmelweis, observou que o numero de pacientes mortas aumentavam “coincidentemente”, após os médicos saírem da autópsia e examinarem as pacientes gestantes, então estabeleceu por 3 meses a regra de nenhum médico atender as pacientes antes de “lavar as mãos”, essa experiência revolucionou a situação daquele hospital, pois caiu o índice de mortalidade, pois o medico “descobriu”, o que a torah já havia registrado séculos antes para Moisés no deserto.[8]

Como explicar recomendações de prevenção antibacteriana, séculos antes da medicina “descobrir” a custo de muitas mortes, por infecção no Século XVIII? [9]

Sinceramente para min não importa o termo “inspiração plenária ou verbal”, da ortodoxia, ou “tornar-se a palavra” da neo-ortodoxia, ou mito do liberalismo... para min ela é suficiente, ela é revelação...

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Notas
[1] Strobel, Lee. Em defesa da fé. São Paulo. Ed. Vida. 2002.p. 178
[2] Na parábola do Samaritano conta-se que o homem que socorreu o ferido colocou vinho e azeite nos seus ferimentos: Lucas 10: 30,33-34.
[3] Gênesis 17:10-14
[4] Romanos 2:28-29
[5] S.I.Mcmillen M.D. A provisão divina para a saúde. Ed. Fiél 1978.p. 19
[6] Idem, p. 20.
[7] Idem, p. 22.
[8] Números 19:11-13
[9] Idem, 19:19

segunda-feira, 1 de março de 2010

Poesia do Sexo

O livro de Cantares encontrou oposição até mesmo dos mestres que foram selecionar os “Canônicos”, que passariam pelo teste para ser aceito como inspirados. Justamente por ser um livro que fala da relação sexual de forma poética e explicito na intimidade do casal, houve quem fosse contra esse livro ser incluído nos considerados inspirados pelo Espírito Santo.

A igreja cristã desde os tempos de Agostinho via o sexo como algo que tinha o objetivo somente de necessidade de procriação, outros ainda que o sexo fosse o meio da entrada do pecado no mundo, muitos chegaram ao extremo castrar-se!

Há certo “Inconsciente coletivo” no que se refere ao tema sexo na igreja Cristã, desde os primórdios até os dias atuais. O livro de Cantares para muitos é interpretado como uma analogia entre Cristo e a Igreja, pois se não for assim, é preciso admitir que cantares é um livro que fala de forma poética sobre o sexo entre homem e mulher.

Em nossa cultura fizeram uma distinção entre “Sexo” e “Sexo oral”, no entanto, não existe biblicamente essa separação, tão pouco esse nome “sexo oral”, ou algo correspondente, de forma separada, como se fosse dois tipos de sexo, um com penetração considerada normal, e outro sem penetração, considerado pecaminoso, mas a bíblia só fala de sexo!

O livro de cantares não separa “beijo”, de “sexo”, pois o beijo faz parte do sexo, e ninguém chama a caricia do beijo de “sexo labial”, da mesma forma carícias com a boca também não é separado como se fosse outro sexo.

Sulamita convida o seu amado para a intimidade:

“Levanta-te, vento norte, e vem tu, vento sul; assopra no meu jardim, para que destilem os seus aromas. Ah! entre o meu amado no jardim, e coma os seus frutos excelentes!” [1]

Veja a fala de Sulamita: “sopra no meu jardim, para que destile os seus aromas”, que jardim seria esse que ela fala para ele soprar? E com que o seu amado daria esse “sopro”? Que faria com que o cheiro se elevasse? Ela diz que o sopro do seu amado no seu jardim, destila aromas, considerou como um perfume que iria ser exalado quando ele soprasse!O cheiro de seu corpo inclusive dos órgãos sexuais para ela tinha cheiro, e não um odor de repugna!

“Ah! entre o meu amado no jardim, e coma os seus frutos excelentes!” [2] Na continuidade ela convida o amado a entrar no jardim e comer os seus “frutos excelentes”, ela chama algo no seu corpo de “jardim”, e esse tem “frutos excelentes”, e convida ele a saborear esses frutos, com o que ele poderia saborear esses frutos? Veja que no contexto Salomão diz:

“Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada”. [3]

Até mesmo os mais tradicionais na interpretação desse texto entendem que esse versículo fala do órgão sexual de Sulamita, que Salomão se refere a “Jardim fechado”, certamente pelo fato de ela não haver ainda tido relação sexual.

Na seqüência ele diz que os renovos da jovem são um “pomar de romãs, com frutos excelentes”, mas uma vez ele se refere ao sexo de Sulamita como “frutos, excelentes”, sem ter nenhum receio ou constrangimento de falar sobre o paladar.

Salomão em forma poética fala de sua intimidade com Sulamita: “Já entrei no meu jardim, minha irmã, minha esposa; colhi a minha mirra com a minha especiaria, comi o meu favo com o meu mel, bebi o meu vinho com o meu leite; comei amigos, bebei abundantemente, ó amados”. [4]

Qual seria esse jardim que Salomão diz que entrou e colheu mirra uma essência aromática? E ainda se refere ao mel, vinho e leite! Se fosse interpretar como sentido literal, poderíamos dizer que a mirra é uma planta que produz um perfume, e, portanto é colhido num jardim com as mãos, mas e o “vinho e o leite” , que ele diz que bebeu, são plantados e podem ser colhidos num jardim?

A cultura ocidental banalizou o sexo, mas não podemos com isso ter conceitos distorcidos da palavra de Deus, o sexo é sexo, mas há argumentos que a boca não foi feita para isso, e sim para “louvar a Deus”! Concordo que a boca foi feita para louvar a Deus, e se não pode desfrutar os “frutos do jardim”, na qual sulamita convida o seu amado, então podemos ver que hoje há mais pré-conceitos do que nos tempos bíblicos.

Digo pré-conceito, pois conceito é que o nosso corpo é templo do Espírito Santo e se achamos que algum membro do nosso corpo é impuro, pergunto: O Espírito Santo habita em todo o corpo ou somente em alguns membros do corpo? “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós”? [5]

Mas se todo o nosso corpo é templo do Espírito então porque achar que um membro do nosso corpo é impuro?

Que há diferenças de mentalidade entre as gerações, isso é verdade, mas não podemos fazer com que o modelo de pensamento de uma geração seja paradigma para outra, pois a bíblia é que deve julgar toda a cultura, e ser o modelo para determinar o que realmente é a palavra de Deus e o que são os nossos conceitos muitas vezes com interferência de pré-conceitos!
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Notas
[1] Cantares 4:16
[2] Cantares 4:16
[3] Cantares 4:12
[4] Cantares 5:1
[5] 2 Coríntios 3:16: