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domingo, 9 de janeiro de 2011

Freud, Nietsche , Marx e Darwin: Os cavaleiros do Apocalipse


Freud, Nietsche, Marx e Darwin foram chamados por alguns de os cavaleiros do Apocalipse. 


Os quatro têm em comum a fúria contra a religião  seguintes razões:

Freud: A fuga do homem está que ele não entende o seu psiquismo inconsciente, por isso ignora que seus atos conscientes são impulsos inconscientes.

Nietsche: A fuga está em que toda a moral foi construída na gramática, não existe um sujeito “eu” muito menos um verbo de ação “penso”, logo, corpo-alma ou espírito como pedagogia cristã, é uma construção errônea, o que existe é a vontade de potência e a negação dessa vontade como imposição do “rebanho”, para a manutenção da sobrevivência.

Marx: Aquilo que é produzido como significado é sempre fruto das relações de troca da infra-estrutura econômicas nas relações materiais de troca que produz uma forma de pensamento na superestrutura da consciência e produz significado de códigos e símbolos que organiza o mundo.  A fonte geradora da concepção é a relação que você tem com a mercadoria, com as trocas”,  somos a fonte de significado, semelhante a Freud, o homem é efeito da sociedade.


Darwin:
O homem produz significado faz parte da espécie humana “precisar de significado para sobreviver”. O homem precisa produzir significado, porque a espécie humana é caracterizada pelo córtex ficou muito grande e recebe muita informação. O córtex cerebral acabou se assenhoreando, para Darwin de alguma forma existe a necessidade do ser humano fabricar sentido e significado.

Os quatro têm um ponto em comum:  “A negação da superioridade do homem em relação à natureza”.

A epistemologia Judaico-cristã da superioridade do homem em relação à natureza, tem origem no gênesis, que faz não só uma dicotomia entre homem/natureza, mas coloca o homem acima dela”.

Ao colocar o homem como superior a natureza (meio ambiente externo), houve reflexo, causando outra separação: “o homem interior (alma-espirito), superior as carne (corpo, sensações)". Então a “negação do interior”, ganhou uma “projeção inconsciente” da primeira separação (externa) e automaticamente produziu a segunda (interna), ou seja a alma superior ao corpo!

Ao instituir o homem superior a natureza (externa) , a segunda, (interna) alma superior corpo,   pulsa como uma necessidade inconsciente da primeira.  A gênese teológica de que o metafísico (alma-espirito-sentimentos) são superiores ao corpo. Da origem a “negação dos instintos”, supressão dos desejos.

Na filosofia platônica, negar o mundo fenomenal (sensível, desejos, corpo) é o meio para alcançar o noumenal (ideal, espiritual, metafísico). 

Na teologia de Paulo (espírito x carne) nega-se os desejos da carne (corpo) para alcançar (metafísico), o céu

No Islamismo: Submeter-se, as leis do alcorão, obedeça, negue-se os seus desejos por Alá, que o céu lhe aguarda.

No espiritismo a “negação” dos desejos, purifica para alcançar o carma (evolução metafísica).

No budismo a renuncia através do asceticismo, negando os desejos (corpo) atinge o nirvana. (evolução para tornar-se uma divindade).

No hinduísmo a submissão  aos deuses através a obediência, levará  a imerção no Brahmam, tornando-se UM com a divindade.

Todas as religiões têm em comum a consciência de que o  homem não vive o seu potencial máximo na natureza. O desejo de alcançar algo melhor está no inconsciente humano. Freud, Marx, Nietsche e Darwin, vêm na contramão e diz: “O melhor é viver aqui todo o potencial”. 
O homem não é superior, ele  "É" a própria natureza”!

O desejo de transcendência vem do “desamparo” (Freud), da luta das classes (Marx) da vontade de duração frente ao devir "mudança" (Nietsche), da necessidade de criar significado. (Darwin).

A grande questão é: “O homem viveria melhor sem a utopia criada pela religião”? O quanto de verdade o homem é capaz de suportar? (Nietsche). È mais suportável crer na utopia, do que não ter uma utopia para crer.

4 comentários:

  1. Caro professor e amigo J.Lima


    Como você em um pequeno espaço disse tanto coisa, de modo irretocável, sobre o pensamento dos quatro cavaleiros do apocalipse.

    Esse período do seu texto que reproduzo abaixo, o considero antológico:

    “Ao colocar o homem como superior a natureza (meio ambiente externo), houve reflexo, causando outra separação: “o homem interior (alma-espirito), superior a carne (corpo, sensações). Então, a “negação do Eu”, ganhou uma “projeção inconsciente” da primeira separação (externa) e automaticamente produziu a segunda (interna)”.

    Só senti falta de um cavaleiro (Jung), que brigou com Freud, ao alçar os símbolos da experiência religiosa como núcleo intrínseco do arquétipo universal da humanidade (O Inconsciente Coletivo) e não como uma neurose coletiva, como bem pensava o pai da psicanálise.

    Penso que a releitura de Freud feita por Lacan, com a sua tríade: “O simbólico, o Real e o Imaginário”, veio trazer a paz, ou SÍNTESE entre esses dois monstros (Jung e Freud), ou seja, entre o “Filho e o Pai”, entre a “Criatura e o Criador”.

    Parabéns, pela valiosa contribuição no campo da Religião e da Psicanálise, que foi esse seu lúcido artigo.


    P.S.: Você está nos devendo um texto dessa estirpe, lá na C.P.F.G.

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  2. Mestre Levi.
    É interessante como as nossas "ações conscientes", pulsam do inconsciente não é?
    A dicotomia homem-natureza externa do judaismo, refletiu na filosofia grega a separação enter "homem -natureza (interna". A divião entre homem (corpo-alma).
    Quanto a Jung sem dúvida deveria ser o "orgulho" de Freu, pois conseguiu diálogar com a religião, abordando a sintese e eliminando a contradição.
    já o Lacan esse foi terrivel! Ele conseguiu perceber a insuficiência do mito édipico numa sociedade moderna e a partir dai re-significou a psicanálise.
    A mudança paradigmática da estrutura social, onde a religião perde a hegemonia para a ciência, e o homem perde a hegemonia para a mulher, faz com que Lacan na sua segunda clinica, reveja os conceitos da psicanálise tonando-a relevante para os nossos dias.
    Abraço.

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  3. JL, realmente você conseguiu dizer tanto em tão poucas linhas. como você está sem tempo de escrever para a confraria, o que você acha de eu colar seus textos daqui quando fosse sua vez de postar por lá? até que você volte para o nosso convívio. sua falta nos faz falta...rss

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  4. Eduardo
    Fique a vontade ok?
    Você tem a liberdade para usar qualquer texto desse blog.
    Mesmo sem tempo para comentar muito. rssss
    Poderei responder alguma réplicas sim, não tão extensas quanto a do marcio. Afinal acho que ele é funcionário do google! Hhahahahaha
    Obrigado por sua visita no meu recanto.
    Abraço.

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