A antropologia teológica tem os mesmos pressupostos da sociologia na relação: Deus/Estado Homem/Liberdade.
No Agostinianismo-Calvinismo, a liberdade do homem está em: "escolher o que Deus no eterno passado já escolheu para o homem escolher".
Nessa forma de relação entre Deus e o homem, a liberdade está em:
Fazer o que já está determinado, ao homem, só resta fazer o que Deus quer que o homem faça.
Na antropologia Calvinista-Agostiniana, o homem é totalmente depravado.
Na antropologia de Thomas Hobbes o homem totalmente mal e incapaz de manter o mínimo de ordem na convivência social.
Na teologia Agostiniana-Calvinista, e na concepção Hobbesiana, o homem necessita:
Renunciar sua liberdade para ser governado por um poder externo.
Deus na teologia, o Estado na política.
Na teologia Arminiana, e na sociologia de John Locke, a antropologia é menos pessimista.
Jacobus Armínius defendia que o homem é mal, mas a corrupção sofrida após a queda (pecado) não afetou totalmente a sua natureza, dessa forma o homem não perdeu a capacidade para responder à mensagem do evangelho e ser salvo.
Nessa óptica a semelhança de John Locke, o homem tem o “livre arbítrio”, ou seja, é parcialmente depravado ou mal.
Armínio defende que através do livre arbítrio o homem pode aceitar a vida de Deus em Cristo, trabalhar de forma sinérgica (juntos) e o capacitar a responder aos apelos do Evangelho.
John Locke e Jacobus Arminius têm em comum na antropologia que o homem não é totalmente mal.
O poder externo na teologia que vai ajudar o homem é Deus.
Na teoria sociológica-política de John Locke é o Estado, só que esse (estado) servirá apenas como “regulador” das relações do homem na sociedade.
Armínio & Locke, Agostinho-Calvino & Thomas Hobbes, tem em comum a seguinte tese implícita:
“O homem precisa de um poder externo para regular a vida do homem”.
Agostinho-Calvino defende o principio do Totalitarismo Teocrático, nessa teoria teológica, Deus deve ter o poder absoluto.
O homem só tem liberdade para fazer a “vontade do Rei-governo”.
Thomas Hobbes defende o Totalitarismo do Estado, o poder absoluto do governo sobre o homem.
Na teologia Agostiniana-Calvinista os pressupostos são semelhantes ao Estado defendido por Hobbes, ideologia seria: Um governo de esquerda.
Na teologia Arminiana, os pressupostos seria o estado defendido por John Locke, e a forma de governo seria o “Liberalismo”.
O homem tem liberdade, mas é uma “liberdade parcial”, não é totalmente mal, mas não é bom o suficiente para viver livre de um poder externo.
Deus e o Estado são poderes reguladores da vida humana.
Total ou Parcial?
Na teologia e na sociologia no século XX surge uma nova forma de governo:
Neoliberalismo...
Nessa nova forma de relação tanto Deus quanto o Estado não intervém.
O homem é totalmente “livre”, Deus de Sí mesmo.
Dois poderes externos...
Sem a intervenção de Deus, na teologia, o homem está sob o poder do Diabo...
Sem a intervenção do Estado, na sociologia, o homem está sob o poder do Mercado...
Salve-se quem puder...
Seu blog é "literariamente" informativo.
ResponderExcluirAdorei passar por aqui.
Olá Daniele desculpe a demora em responder. Seja bem vinda.
ExcluirMuito bacana. Só acho que fazer a correlação política é um pouco mais complicado. Tanto a esquerda quanto a direita têm suas formas de autoritarismo, ambos têm suas ditaduras e suas formas de controle do estado sobre o povo.
ResponderExcluirMas ambos também tem suas formas mais livres (liberalismo e neoliberalismo na direita. comunismo idealista e anarquismo na esquerda).
É um ótimo artigo. Só queria mesmo pontuar isso e lembrar que a excelente discussão apresentada é muito mais do que uma relação de esquerda e direita.
E, por favor, complemente o post com as ideias de Russeau e Montesquieu. Quem seria o equivalente teológico deles? Pelágio?