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sábado, 21 de março de 2015

TEOLOGIA E SOCIOLOGIA: UMA REFLEXÃO FILOSÓFICA SOBRE  SOBERANIA E LIBERDADE

Na sociologia, a atuação do  Estado pode ser defendida basicamente de duas formas: 

(1) TOTALMENTE SOBERANO: (Thomas Hobbes), os países que adotaram o comunismo, fascismo, nazismo, ditadura, seguiram (ou seguem) essa forma de governo na qual chamamos de tirania. 

Nessa forma de interpretar, há pouco ou quase nenhum espaço para a liberdade do homem. 
Essa antropologia sociológica, parte do pressuposto de que o homem é mal.

(2) PARCIALMENTE SOBERANO: (John Locke), o Estado interfere, mas não totalmente, dando espaço para o homem exercer sua liberdade.

Nessa forma de interpretar, a antropologia defende que o homem é “parcialmente bom”, sendo capaz de ter liberdade para agir sem uma intervenção total do Estado.

Os países que adotam esse modelo, são todas as formas de governo onde há democracia. (sobre até que ponto há essa democracia é ponto critico de discussão acadêmica).

Na fé cristã, o relacionamento de Deus para com o homem tem duas interpretações semelhantes, contudo, no lugar do ESTADO, quem interfere totalmente ou parcialmente é DEUS.

A tradição agostiniana (eleição) e calvinista (predestinação) , defendem que, a soberania de Deus, tem que atuar totalmente nas ações humanas.

Essa tese é defendida pela seguinte razão:

“o homem é totalmente depravado é incapaz de fazer escolhas que visem o seu bem e da humanidade por si mesmo”.

A teologia é chamada de “Depravação Total”.

A tradição pelagiana, semi-pelagiana e Arminiana, entende que  se o homem exerce livremente as suas escolhas, então Deus, concede liberdade para as ações humanas, caso contrário, não se poderia afirmar que o homem teria liberdade real.

Thomas Hobbes (Soberania do Estado) e John Locke (liberdade do homem) apresentam conflitos em suas teorias, sobre até que ponto o Estado deve interferir na liberdade humana.

Agostinho e Calvino (Soberania de Deus) e o Pelágio e Armínio (liberdade humana) também apresentam conflitos entre essas duas esferas, no tocante até que ponto Deus deve intervir na liberdade humana.

Na sociologia hoje defende-se um meio termo, entre intervenção do Estado e liberdade do homem, ora o Estado interfere mais, ora da mais liberdade humana.

Na teologia há como defender ambas, como verdades “paradoxais”, ou seja, afirmações contraditórias pela razão, mas que são verdades da fé?

3 comentários:

  1. Concordo plenamente. Já podemos perceber que o individuo foge ou e compelido para um dos extremos dos sistemas de ideias, mas o que já podemos perceber é que se algo proximo da verdade existe ele não habita os extremos. Já temos diversos maus exemplos de onde pode nos levar posiçoes extremas, mesmo assim ainda existe um desconforto uma insegurança em lidar com os relativismos, que não nos dão boa base para nos posicinarmos nas situações.
    Mas a conclusão que os extremos é sempre um equivoco, vai ficando cada vez mais clara. Dai que a verdade é realmente uma mescla das posições extremas ou uma posição mais ao centro.

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  2. Concordo Gabriel, esse dualismo já foi vencido ao longo da história. Na filosofia grega antiga, houve um embate entre duas teorias opostas, entre Parmênides e Heráclito.

    O 1º defendia que há um principio imutável que é o "ser que é", esse não se altera.

    O 2º defendia que não há que o único principio imutável é o "devir" que é a mudança, ou seja, tudo muda o tempo todo.

    Na 1ª teoria estão estruturada as religiões, com seus dogmas que são verdades atemporais e imutáveis, são verdades inquestionável que estão na dimensão do "foro-intimo", e portanto, não sujeita a metodologia empírica de comprovação como relação entre sujeito e objeto.

    Na 2ª está a Ciência, onde a verdade é histórica e relativa, e ess sempre em movimento. Não que a verdade seja mutável, mas que ela é sobreposta através da história.

    Um exemplo está na teoria que era verdade até a metade do século XX, de que o átomo era indivisível, posteriormente o átomo passou a ser dividido em prótons, nêutrons e elétrons, na atualidade há há a divisão sub-atômica...

    A 1ª verdade, foi verdade até o momento em que outra verdade se sobrepôs ....

    Me parece que a verdade não pode ser desconectada da história...

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  3. Professor, isso nós parece evidente e nos coloca em uma desconfortavel posição de perceber que, o evidente para o mundo não significa nada.
    O desejo de pertencer a uma facção é o que comove os individuos e tudo que resta é esse conflito inconsequente.

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