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quarta-feira, 27 de julho de 2011

DIÁLOGO ENTRE ARISTÓTELES E UM CRISTÃO


Todo o conflito da religião está em que ela diz ter a “verdade”!Contudo a grande pergunta é: “O que é a verdade? Essa é a raiz de todo o problema.

As religiões monoteístas têm em comum o principio grego da razão! A resposta ao o que é a verdade é: “verdade é a concordância entre o intelecto e a gramática”; Ou seja, aquilo que cala a mente, que na sua construção produz uma lógica (logos).

Sendo assim a verdade do cristão, não pode ser a verdade do mulçumano.

Tudo é firmado na filosofia de Aristóteles, onde existe o axioma da chamada “lei da não contradição”.

Isso quer dizer aquilo que afirmo ser, não pode não ser! Se eu tenho a verdade logo você não pode ter a verdade, pois as duas afirmações ferem a lei da não contradição.

Logo a verdade exclui o oposto, se você tem a verdade, e o que eu tiver não concordar com a sua verdade, uma das duas é mentira. Sendo assim jamais o oposto pode ser verdade!

Acontece que as religiões monoteístas enfrentam em seu credo algo que é contraditório na própria gramática e na lei da não contradição de Aristóteles, veja:

Aristóteles inicia o diálogo:
ARISTÓTELES:
- O que é morte?

DISCÍPULO
- Morte é o fim da vida

ARISTÓTELES:
- Como é que se morre

DISCÍPULO
- Quando termina a vida.

ARISTÓTELES:
- A morte é o fim da vida!

DISCÍPULO:
Não é o começo da vida!

ARISTÓTELES:
 - Se irrita e diz: Como a morte pode ser o começo da vida se você diz que ela é o fim da vida? Você tem que optar, ou é o começo ou o fim! Umas das duas afirmações não é verdade!

DISCÍPULO
- È pela fé.

ARISTÓTELES:
Fé? O que é isso? Essa fé é irracional? Não! Uma verdade não pode afirmar e negar ao mesmo tempo a afirmação que havia afirmado!

DISCÍPULO
- Não sei se pode ou não, mas eu creio! E por isso afirmo.

ARISTOTELES
- Assim não dá, para conversar, você afirma uma coisa e depois contraria a primeira afirmação!

Ambos vão embora e nao entram num acordo...

As religiões têm sua base no paradoxo, isso quer dizer que são afirmações contraditórias que não são passiveis de paz na gramática nem no intelecto.

Mas o fato de se “contradizer” na gramática, não significa que não seja verdade! Pois a verdade como conceito grego, exige concordância através da razão!

Mas quem disse que a fé busca a razão?
Fé não nasce no desejo de entender, mas de viver. A fé é fecundada pelo “semém” do desejo...

8 comentários:

  1. Caro J. Lima

    Excelente texto

    E na semente ou sêmen do DESEJO está o feminino e o masculino. Está o dito e o não dito. Está o querer e o não querer. Está a afirmação e a negação. Está a morte e a vida.

    Enfim, somos eternos portadores do DESEJO AMBIVALENTE.

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  2. Mestre Levi.
    Como sempre você com esse olhar de águia da psicologia junguiana hein? Kkkkkkkkkkkkkkk.
    Acho que foi isso que os religiosos não entenderam. Somos ambivalentes e paradoxais, não precisamos da razão, precisamos de buscar o objeto do desejo que está para Além de nós, não é mesmo.
    Religião é desejo, e desejo é paradoxo é conflitos. Nada mais oposto do que a verdade que tenta calar o grito do desamparo humano! Kkkkkkkkkkkkkkkkkk Abraço amigo!

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  3. J. Lima.
    A metafísica de Aristóteles, com algumas mudanças, é parecida com o mundo das idéias de Platão, e similar ao ensino de Paulo acerca do mundo porvir, como você colocou numa postagem anterior.
    Dizem que Aristóteles ensinava enquanto caminhava pela alameda do liceu. Imagino os dois andando no peripatos, e de repente o mestre deixa o discípulo sozinho, desapontado palas respostas frívolas do seu aluno. Tenho certeza, caro Lima. que este é, sem dúvida o padrão de respostas da maioria dos discípulos.
    Um abraço.

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  4. Meu brilhante aluno Donizete!

    Olha só o nivel dos meus alunos! Estou até me sentindo realmente um "mestre" Hahahahahahahah

    Donizete na chamada "filosofia pré-socratica", não havia o conceito de verdade.

    Os filósofos procuravam o que eles chamavam de "arché". Ou seja o "primeiro", o "minimo do minimo".

    Uns diziam que era a água, outros o fogo, outro, o tempo, e ainda outro o devir que é a mudança.

    Esse que dizia que o "arché" é a mudança, dizia que no universo tudo é "devir", "metamorfose", "movimento".

    Parmênides diz que o "arché" é o SER. Ele dizia que o minimo do minimo é o SER quer É. ou Seja existe no universo algo é É , e que a partir desse algo que É IMUTÁVEL subsiste todas as demais coisas.

    Ele dá uma introdução a filosofia que haveria de vir a filosofia socrática.

    Sócrates, Platão e Aristoteles, estabelecem a filosofia que iria reinar em todo o ocidente até os nossos dias.

    500 Ac traspassa toda a era apostólica influência os escritos de Paulo e encontra em Agostinho o seu maior expositor que funde a filosofia grega com o cristianismo.

    O "logos" grego em simbiose com o "verbo que se fez carne". Mistura-se se os atributos de Deus com base na metafísica grega com a encarnação de Cristo.

    Deu no que Deu...

    Aristóteles é o precursor da teologia sistemática quando elaborou o sistema para definir o que é a "verdade". Usando a gramática estabeleceu a chamada "lei da não contradição". Ou seja : "Uma coisa que É não pode não SER ao mesmo tempo". Uma afirmação não pode afirmar e ao mesmo tempo negar...

    Esse principio é falho pelo fato de que a fé não se apóia na razão, mas a usa como articuladora da expressão do que se crê.

    Citei no texto o ]chamado paradoxo entre os termos morte e vida. E você viu no que deu o diálogo entre Aristoteles e o discipulo de Cristo.....

    Abraço.

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  5. Donizete quanto ao seu comentário final:

    "de repente o mestre deixa o discípulo sozinho, desapontado palas respostas frívolas do seu aluno. Tenho certeza, caro Lima. que este é, sem dúvida o padrão de respostas da maioria dos discípulos" (Donizete).

    Olha não acredito que o erro foi do aluno em sua resposta, mas em querer explicar ao mestre Aristóteles algo que não se explica.

    Os discípulos de Cristo precisam de uma vez por todas entender que é pelo fato de não ser algo explicável é justamente que faz do cristianismo algo tão atrativo....

    A resposta do discipulo não foi vaga, é que não dá para ir mais além, fé não é ciência, não é explicável, fé que se explica não é fé...

    Minha teoria é "Não tente explicar as doutrinas cristãs", qualquer tentativa está fadada ao fracasso.

    Além do que ninguém vem para o cristianismo para "entender primeiro" e ser discipulo depois, mas é justamente o contrário, "aceita primeiro", e busca articular a "fé com o mistério", buscando o nexo entre o revelado e o oculto, entre a razão e o inteligível...

    O discipulo que conversava com Aristóteles poderia ser Eu...Só que ai eu iria questionar os pressupostos dele! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  6. Caro j. Lima
    Aristóteles teve muita sorte de não ter sido você o discípulo o qual ele levantou estas questões. Senão a imagem do filósofo estaria sempre acompanhada com mais uma daquelas frases clássicas da filosofia. Que tal: "NO ARISTOTÉLICO"kkkkkkk. Aristóteles teria câimbras em sua mente brilhante. Ou quem sabe aquilo que você sempre diz: uma convulsão teológica. Mas certamente seria despertado do seu sono dogmático KKKKKKK.
    Brincadeiras a parte, de fato não é possível aplicar nenhum silogismo em verdades espirituais, nem tão pouco demonstrar racionalmente boa parte das coisas relacionadas a fé. Tomás de Aquino, por exemplo, quando tentou provar a existência de Deus através das cinco vias, o que fez na verdade foi despertar os ateus do seu sono, e os levarem a conclusão de que pode ser que Deus realmente não exista.

    Quando tiver um tempinho dá uma passada no meu blog recém criado!

    Um abraço.

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  7. Caro Professor j. Lima.

    Na condição de aluno tenho a liberdade de lhe fazer uma pergunta, peço desculpas antecipadas pois sei que o assunto não tem nenhuma conexão com a sua postagem, mas é o seguinte: Um dia desses lendo A Gaia ciência, deparei com a seguinte frase:
    "Moro em minha própria casa
    Nada imitei de ninguém
    E ainda ri de todo mestre
    Que não riu de si também"
    Esta frase não me era estranha, conhecia através de uma canção da banda Catedral: Carpe Diem,
    que trás na sua letra quase que na íntegra esse aforismo. Então nasceu a curiosidade de saber o seu significado. Como eu sei que você é especialista em Nietzsche certamente não terá nenhuma dificuldade em mostrar o que o autor quis dizer.

    Um abraço.

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  8. Aristóteles, a filosofia da retórica, a fantastima mente humana, não só capaz de criar um mito,mas também de o conduz a limites extremos onde a verdade e o concenso não tem a menor relevância. Uma tendência histórica a exposição dos pensamentos ordernados de maneira dística a ocasionar a reflexão de outrem do "signo" ontolócia do ser equanto ser!

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