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Jl-reflexoes

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010


Continua...

A culpa existe como conseqüência do conhecimento da lei, somente através da consciência do proibido, é que a culpa passa a existir, seja pela lei, escrita, seja pela lei da consciência herdade pelas regras da sociedade:

“Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os” (Romanos 2:14-15)

A lei existe para mostrar a transgressão, e veio a existir como resposta a uma necessidade que surge, não importa se é a lei de Moisés ou a lei do evangelho, visto que o evangelho tem lei, mas a lei do evangelho é a “lei do amor”, não é uma lei que tem sua base no “Obedeça para viver”, mas sim “porque é vivo pode obedecer”, não é uma lei de “Dever”, mas uma “lei de direito”, não vou fazer para ter vida, mas porque tenho vida vou fazer!

Há pessoas que tiveram atos que realmente são culpas reais, mas ao invés de curadas, tiveram as suas dores aumentadas devido à inabilidade de quem tinha a responsabilidade para ajudar. Um dos problemas da religião, em oposição ao cristianismo é que a religião divide sempre o mundo em dois pólos antitéticos: o sagrado e o profano, o santo e o não santo, o certo e o errado, etc... E quando isso acontece o cristianismo se transforma numa religião esmagadora e adoecedora do ser humano.

A religião proíbe muitas coisas que a bíblia não proíbe, por ex: para a religião estar no templo (igreja) é um lugar sagrado, mas e estar num parque, clube, isso é proibido... Sim, pois o lugar santo é o “espaço do templo”, não o significado para quem crê no Deus do templo! Jerusalém ou samaria? Qual o lugar para se adorar? Veja que Jesus disse que a adoração a Deus não está restrito a um “lugar sagrado”.

O lugar só tem significado pela consciência de quem projeta o significado no lugar, de forma que qualquer lugar pode ser sagrado, pois o sentido, está muito além do lugar e do espaço.Ir ao cinema, jogar futebol, tomar vinho... E por falar em vinho, o que Jesus transformou era vinho sem álcool... Ou “suco de uva?” O cristianismo não é uma religião que tem como base o certo e o errado, não são mandamentos, mas “mandamento”, não é plural, mas singular: “amar o próximo como a si mesmo”, e Só!

O amor relativiza a lei, toda a lei transgredida requer punição, o amor é a mensagem de que quem ama recebe a punição no lugar do outro, e isso não é uma questão de certo ou errado, mas uma questão de “amor” que não é guiado por mandamentos, mas pelo coração! A lei exige punição do transgressor, o amor tem o legislador como cumpridor da punição do transgressor, a lei não governa o universo, mas sim o amor.

A lei é inflexível, o amor leva todas as regras ao absurdo, pois aceita o transgressor como inocente desde que reconheça a culpa: “Mas, se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é correto: ele perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda maldade”. (1 João 1:9). Mas não justifica o que se diz inocente, se esse insistir em afirmar a sua inocência. “Se dizemos que não temos pecados, estamos nos enganando, e não há verdade em nós”. (1 João 1:8). E isso não é em relação a um “Deus pessoal”, não por esse na existir, mas sim que a sua pessoalidade está na nossa relação com o outro!(Conf: v 7)

Quanto maior a proibição, maior domínio haverá através do medo, a falta de maturidade produz a necessidade de “tutor”, que são “condutores”, que farão de tudo para que os que estão sob a sua tutela não alcancem a maioridade, pois assim os “filhos permanecerão como escravos” e serão levados para onde os “seus Senhores” quiserem. (Gálatas 4:1-3), mas se crescer vai perceber que a fé é o que determina o que é ou não pecado.

Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado. (Romanos 14:22-23)
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Nota
[1] Paul Tournier. Culpa e Graça. Uma análise do Sentimento de culpa e o ensino do Evangelho. Abu. Editora. São Paulo - SP 1985. p. 75

Um comentário:

  1. Caramba J. Lima!!! Eu nem reparei que você tinha escrito uma continuação do texto anterior.


    Se não, eu tinha lido todo ele na integra e comentado uma vez só os dois, agora vou ter que fazer outro comentário – você tem idéia de como é difícil fazer um comentário no seu blog? Só para você ter uma noção; eu gasto aqui o que eu gastaria para fazer 4 ou 5 comentários em outros blogs!!! Aqui não dá para fazer qualquer comentário né, vamos combinar. Rsrrsrsrsrsrs


    Conhecimento gera culpa, pois com ele advém à consciência da responsabilidade individuo e coletiva, sendo o regulador dos nossos relacionamentos de nós com os outros, dos outros para com nós, de nós para Deus e de nós para nós-mesmos.


    Me agrada e muito a idéia do direito de si fazer por si ser o que si faz, e não o fazer por fazer não si sendo e obrigado a si ser quando não faz parte do seu ser ter que fazer!


    Esse dualismo religioso é um dos maiores mal na religião que insiste em separar o “bem” do “mal”, “sagrado” e “profano”, “cristão” e “mundano”.
    Escraviza a pessoa, impendido-a de viver uma vida normal igual aos normais seres humanos.


    Em minha consciência hoje – apenas “hoje”, ou seja, há pouco tempo, as cadeias das prisões cairão do meu ser – passear, ou está pelo está com a família é tão ou mais “espiritual” do que ir ao templo, dar dinheiro, fazer orações e todo o ritualismo evangélico.


    Adoração que se presta a Deus é adoração vivendo a vida, simples assim, sem os mecanismos e superficialidades religiosas.


    A maior distorção evangélica é o de ter que fazer rituais para agradar e adorar a Deus.
    Hoje muito mais consciente, não deixe de ir a “igreja”, mas o que mudou não foi o FAZER, mas sim as MOTIVAÇÕES.


    Vou para a “igreja” não para adorar a Deus, Deus não é tão medíocre assim, que para ser adorado precisa que nós vamos até o templo, em um dia, fazendo algo especifico, não e não!


    Eu vou simplesmente para encontrar com os amigos e juntos celebrarmos a Deus com a nossa comunhão entre amigos.


    A única e maior regra do cristianismo é o amor, pois se amando se cumpri não somente o que está escrito, mas muito mais além, daí Jesus ter dito que se a nossa justiça não exceder as dos fariseus, de modo algum entraremos no Reino de Deus,,,,,,como vamos fazer para ultrapassar os fariseus, sendo que eles eram extremamente zelosos pela lei? Simples!!! Através do amor!!!!


    É como uma ilustração do marido que deu uma lista enorme do que a sua mulher deveria fazer.
    Só que ela não o amava, e por isso não conseguia cumprir nem a metade.


    Porém quando o marido morreu, ela se casou com outro homem, sendo que este ela o amava, e este não dize nada do que ela deveria ou não fazer.


    Em um belo dia, ela resolveu olhar a tal da lista do seu antigo marido lhe dera, quando descobriu surpresa, que com o seu atual marido, ela cumpria não somente os requesistos da lista, mas muito mais além.......simplesmente porque ela o amava.


    Quando se ama de verdade, tudo flui naturalmente, portanto, devemos nos preocupar cuidando do nosso interior, pois é dele que brotam as nossas atitudes!


    Abraços

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