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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O natural e o anti-natural no Evangelho.



O Evangelho segundo a óptica de Mateus desde o seu inicio tenta mostrar que Jesus é o messias; isso ele o faz ao mostrar que Jesus veio da descendência da real de Davi. (Mateus 1:1). Depois ele fala como aconteceu o nascimento e a visita dos reis magos e a ida e volta do Egito [Mateus 1:18-25: 2: 1-23].

O objetivo de Mateus era mostrar aos judeus que as profecias messianicas se cumpriam em Cristo, e o sermão do monte mostra Jesus como o maior rabino judeus que revolucionou a interpretação da torá, pois ele não só dá uma nova interpretação mas transcende a dimensão do “ouvistes”, que apenas chegou ao “ouvido, para alcançar o “coração”, indo ao Eu porém vos digo”. ”[Mateus 521].

Uma coisa é “ouvir o que foi dito”, outra coisa é entender com o coração o que está por traz do que não foi dito. A “letra da lei” só conseguia chegar ao ouvido o “Espírito da lei”, alcança a dimensão do coração, daí que não precisa matar para ser assassino, basta irar-se contra ele de forma que os sentimentos o coloca na posição de réu. [Mateus 5:21-22].

Mateus mostra que em Cristo, não seria mais uma filosofia do “porque”, mas do “como”, o messias não era para ser entendido, mas para ser aceitado, não era uma convição de mente, mas uma disposição para a prática, é isso que até hoje muitos dos cristãos do ocidente não conseguem entender, que “o verbo não se tornou dicurso que mostra a lógica e ordem da vida, mas carne para na vida viver as suas aflições”!

O messias não veio fazer definições sobre a “natureza da carne”, mas “experimentar na carne a natureza”, não veio falar o que a lei exigia, mas cumprir suas exigências. [Mateus 5:19-20]. O sermão do monte, começa no capitulo 5 “Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discipulos; e ele passou a ensiná-los” [Mateus 5:1-2], é concluido no capitulo 8:“Ora descendo ele do monte, grande multidões seguiram.” [Mateus 8:1].

Logo ao fim do sermão um leproso é purificado, isso mostra que Ele veio com a missão de fazer “inclusão social”, pois esse, era excluido da sociedade. Ao curar o criado de um centurião ele mostra que a sua mensagem vai além das “barreiras políticas”, o centurião era romano. [Mateus 8: 2-13], ao acalmar a tempestade mostra ter poder sobre a natureza, a restauração da ordem era uma apocaliptica judaica, e a esperança dos cristãos. [Mateus 8: 23-27].

Suas ações são vista como uma intervenção de Deus no “natural”, ao qual é denominado “Milagres”, essa epistemologia, inconscientemente vê Deus como aquele que está “fora do mundo”, e que em algumas circunstancias ele “entra no mundo” de forma “sobre-natural”, para arrumar alguma coisa que saiu do programa!

Mas nos evangelhos esses eventos são descritos como “sinal”, pois a realidade era um sinal para os judeus de que o messias havia chegado e um sinal de esperança para não judeus que seriam incluidos numa nova aliança de Deus com os homens.

A realidade é que as intervenções do messias eram sinais de Deus, de que esse mundo é que está num estado “anti-natural”, suas ações são naturais num mundo que deixou de ser natural. Ele não está fora, e entra ás vezes para fazer algo em resposta a um pedido, e volta deixando a vida seguir; ele está: “sobre todos, age em todos, age por meio de todos e está em todos. [Efésios 4:6]

Cada ação do messias era um “sinal” de que aquilo que o ser humano define como “natural”, na realidade não é “natural” visto que a exclusão do outro na sociedade, pré-conceito, enfermidades, trazer ordem ao caos, é entendido com uma ação em algo “natural”, e o restabelecimento é o “sobrenatural”.

Mas para Jesus todo o sistema era “anti-natural” ao chamar Mateus para o seguir, ele mostra que os que eram julgados como traidores, teriam a oportunidade de serem re-significados pela vida. [Mateus 9: 9]. Haveria uma unificação das classes que eram estigmatizadas, produzindo um status quo injusto: “publicanos e pecadores”. [Mateus 9:10]

Essas classes de pessoas eram separadas por sua miséria, seriam unidas, sentariam a mesa com o criador, teriam o prazer de ouvi-lo dizer: “o natural é que somente quem se reconhece estar doente, procurar o médico, e que para o religioso seria difícil detectar sua enfermidade, pois olhava par si com a lente do orgulho e assim estaria cego para si, seria enganado pela “ilusão de óptica”.[Mateus 9:12].

Na realidade a graça se manifesta como graça para quem consegue ver o seu estado, ao mesmo tempo é ineficaz para quem acha que a graça de ter uma vida melhor que o outro o faz produtor da sua própria vida, sendo assim rejeita a Deus.

Daí ser a auto-suficiência a matriz de toda a des-graça da humanidade, por querer gerenciar a vida, por si, sem o outro, mas até para esses há esperança: “reciclar suas mentes, relativizar a liturgia, absolutizar o amor, pois a misericórdia é o amor em movimento”. [Mateus 9: 10-13]. Num universo em expansão o único absoluto “se fez carne” se relativizou!

13 comentários:

  1. Depois de alguns post sem comentar para castigar você que não aparece nos blog amigos, estou aqui para comentar que é essa sessão de o mundo não estar no seu estado natural que eu creio ser a tal da conseqüência da: queda.

    Jesus não fala muitas coisas, não trás muita novidade de ensino, antes se derrama na vida deixando em suas sentenças sabias apenas a confirmação de verdades já descobertas por outros. Para que para Ele as coisas já estão explicitas, mas os homens não querem ver, antes falsificam o simples da vida. Pois, é nos que fazemos malabarismo para dizer quem vai ser salvo, quando ele simplesmente diz que os bons de coração entraram no Reino.

    Ele como com Pecadores, multiplica vinho que embebeda, observa os pássaros, da atenção as crianças, nunca fica absorto em estado místico contemplativo, nunca se escandaliza com a maldade humana, antes passa sereno pela vida sabendo que uma vez plantada a semente num bom coração ela dará seus frutos.

    Ou seja, ele não só percebe que o mundo não esta no seu natural, como age sabendo que é completamente natural a vida ser antinatural, e por isso não se afeta ou se surpreende com nada neste mundo.

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  2. Parece-me que faz muito tempo que não passo por aqui, pois que visual novo é este mano J. Lima?


    Vejo que também resolveu inovar. rsrsrsrs
    Acho que perdi muita coisa.........mas ainda dá tempo para eu recuperar.


    Olha, gostei muito desta sua postagem, pois de fato, não importa se Jesus é o MYTHOS ou LOGOS, pois ele é o grande simbolo de Deus! – já disse isto muitas vezes, mas não me canso de repetir. Rsrsrsrss


    E minha Fé esta apoiado nele, sem necessariamente ser ele literalmente quem é, pois se o é como simbolo, pra mim isto já basta!


    Concordo plenamente contigo, que Jesus dá uma nova interpretação a tóra, pois tal fato era comum, isto é, para aqueles que eram considerados rabis, e portanto tinha autoridade para tal.


    Mas os religiosos da época de Jesus, não aceitava a ideia de Jesus ser mais um rabi, pois só poderia ser, se recebecem de um outro rabi, autoridade para exercer tal função, mas Jesus recebeu, na liguangem da época, ele tinha o seu jugo, ou seja, sua interpretação da lei.


    Recebera de João Batista, tanto é, que quando os religiosos questiona de onde ele tinha autoridade – leia-se permissão – para ter o seu próprio jugo, ele responde com outra pergunta:


    “Com que autoridade João Batista, batizava as pessoas?”


    Eles não puderam responder, pois se disessem que era de homens, o povo, os apedrejavam, pois tinha João como verdadeiramente um profeta, mas se em contrapartida, eles dissesem que era de Deus, eles estariam autenticando o ministério de Jesus, pois foi João que batizou Jesus.



    Resta ainda uma questão, meu caro J. Lima:


    Jesus de fato tinha autoridade para interpretar a tora, criando o seu próprio jugo, mas a questão é:
    O que Jesus ensinou, tanto no sermão da montanha, como em outras passagens, ele esperava que os seus ouvintes cumprissem de verdade, ou foi como a tora, que segundo Paulo, Deus deu para revelar a nossa deficiencia para com a lei?
    Ou ainda, não seria os ensinamentos de Jesu utopicos?


    Aguardando vossa resposta......................



    Você não acha que o sermão da montanha não pode ser uma jogada de Constantino, pois o que lá diz, beneficiaria somente os poderosos, e partido da premissa que o novo testamento foi um “presente” de Constantino, não teria ele adulterado?


    Pois de fato; “amar os inimigos”, “bendizer os que vos perseguem”, “bem aventurado os pobres, mansos, os que choram, os que sofrem perseguições e etc.” combina e muito com a circunstancia dos oprimidos pelo imperio romano.



    O que você acha????



    Aguardando respostas................


    Abraços

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  3. Meu amigo J. Lima

    Você como sempre, tirando dos Evangelhos verdadeiras aulas de psicanálise, como esse trecho que fiz questão de ressaltar aqui abaixo:

    “Uma coisa é “ouvir o que foi dito”, outra coisa é entender com o coração o que está por traz do que não foi dito". A “letra da lei” só conseguia chegar ao ouvido o “Espírito da lei”, alcança a dimensão do coração, daí que não precisa matar para ser assassino, basta irar-se contra ele de forma que os sentimentos o coloca na posição de réu. [Mateus 5:21-22]”.

    O psicanalista é aquele que só ouve. Enquanto o analisado fala, o psicanalista, em silêncio, escuta o “não dito”, isto é, capta o que está por trás das palavras. Na cabeça do analisado encontra-se a “letra da lei”, e não o espírito da lei.

    Na cabeça do psicanalista, a leitura dos sintomas da fala do paciente é reinterpretada através do que está escondido nas entrelinhas do que é dito. O espírito da lei está oculto e ao mesmo tempo presente no “não dito” da pessoa que fala, fala, fala e não sabe o que diz.

    É no poderoso sentido da fala que o psicanalista encontra o espírito da Lei, para transformar o passado em presente. É nos recônditos do inconsciente humano que ascende o jugo da culpa, que o grande psicanalista Jesus Cristo alivia, tornando-o suave, pela troca do fardo pesado da Lei, por um mais leve, como está escrito em outras palavras lá em (Mateus 11: 30):
    “Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” – Nesta frase está resumido todo o “espírito da Lei” que Cristo procurou mostrar a humanidade.

    A letra da lei é alimentada pela repressão dos desejos não realizados, os quais são recalcados para o inconsciente, e nisso está toda a gênese das neuroses eclesiásticas. Daí Freud ter afirmado, categoricamente, que a religião é uma obsessão neurótica, ou poeticamente falando uma ilusão.

    Graças a Deus, Cristo veio resgatar a poesia latente que estava oculta no coração do homem.

    Abçs, e parabéns pelo seu expressivo e lúcido ensaio.


    Levi B. Santos

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  4. Mais é um baralho mesmo viu!!!
    Gresder vai tomate cru ou para a ponte que caiu!!!
    Você só sabe falar da queda!!!!!
    Brincadeira viu!!!!!
    E eu é que tenho que ler essas porcarias!!!!!!

    Abraços e sem risos. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  5. J., seus textos estão sempre me fazendo refletir sobre questões que eu já tinha lido e meditado, mas que encontro no que você diz, novos significados.

    Essa coisa do

    “Uma coisa é “ouvir o que foi dito”, outra coisa é entender com o coração o que está por traz do que não foi dito".

    é digna de reflexão. Entender com o coração é a essência do "seguir a Jesus". Seguí-lo é mais interiorização que racionalização.

    Ele traz o natural ao que parece ser o natural mas que na verdade é anti-natural...muito bom!


    As questões que o Márcio levanta dá uma boa relfexão. Não vou comentar pois a pergunta é pra você, J. Se vira aí professor!!! rssss

    abraçs

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  6. Marcio aqui você não pode falar palavrão, pois o José lima é herege hético (não disse ereto) só aqui. Pois ma vida real ele é pregador e professor, por isso se alguns dos seus conhecidos lerem essas sua insinuações torpes, vai ficar mal para ele, mas se você falar os palavrões de crente como: desgraçado e filho do diabo, não tem problema. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  7. Gresder, em primerissimo lugar, eu não falei palavrão, só disse tomate cru, ponte que caiu e baralho.

    É o seu pensamento nefasto de queda, que te faz enxergar nas palavras dos outros, torpeza, sendo que na verdade são os teus olhos que ainda ensiste em ver com os oculos da desgraça!

    Mas em um ponto você esta certo.......pior do que os palavrões impios são as palavras "santas" dos crentes que chamam os outros que não seguem sua religião de filhos do diabo, isto é pior do que chamar os outros de fila da p.

    Abraços sem palavrões. kkkkkkkkkkkkkkkkk

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  8. Queridos.
    Vamos por partes...

    Começando pelo mestre Levi, já se tornou meu mestre, pois cada texto que escrevo, ele não só capta o que está nas “entrelinhas”, como acrescenta ângulos que me passa desapercebido! Confesso que está se ampliando o meu entendimento sobre a psicanálise!

    Parabéns e obrigado por enriquecer o texto com os seus comentários Levi.
    Aliais Levi fiz um curso de 6 meses de psicanálise... Posso lhe dizer que mudou radicalmente a minha forma de ler a bíblia...

    Você Gresder tem uma necessidade de “incluir uma queda”, na sua construção teológica, não sei se é mais um recurso do seu inconsciente para as suas constantes quedas! Hahhahahhahha, visto que na “linhas do escrito é ortodoxo, mas nas entrelinhas do não escrito é neo-liberal! “

    Eduardo vou tentar responder, visto que as colocações dele me impele a mostrar que houve um rompimento muito grande na minha reflexão. Rsss, mas vamos lá...

    Marcio você apresentou duas possibilidades de interpretação, mas eu tenho uma terceira que seria:

    “ELE NÃO TINHA A INTENÇAÕ DE QUE FOSSEM MANDAMENTOS, MAS FALAVA DO ESTADO IMPOTENTE QUE AS PESSOAS, TINHAM EM SÍ NAS SUAS CONDIÇÕES”.

    Por isso “bem aventurados os que choram”, não significa que precisa chorar para ser bem aventurado, mas sim, porque na minha fragilidade não tenho outra opção! Ou seja:

    “Não preciso chorar para ser bem aventurado, mas sou bem aventurado porque só posso chorar!”

    Acho que o Nietsche interpretou errado, essa fala de Jesus, que pensou que o cristianismo estaria não só legitimando a negação da vida, mas dando status ao que foge dos conflitos da vida, negando a “Vontade de potência”. (sem esquecer dos marxistas rsss).

    Mas não acho que é uma questão de fugir, mas sim de impotência, não é negar a vontade de potência, mas ter vontade e não ter potência para viver essa vontade!

    Veja que no contexto Judaico, pobreza, deficiência física, imoralidade, excluía a pessoa do da sociedade elitizada, Jesus vem na contra-mão e diz:

    Agora todos entram nesse reino, até aqueles que para muitos estão debaixo de maldição inclusive vou dizer a vocês: “as prostitutas e as meretrizes entrarão no reino primeiro do que os escribas e fariseus!”

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  9. Continua...

    Bem aventurados os que tem sede de justiça, não somente os que podem fazer justiça, mas agora os que não podem fazer justiça, mas nem por isso se conformam, pelo contrário “tem sede”, de justiça e sofre justamente por sua índole ser contrário a injustiça.

    Visto muitos por se sentirem impotentes, não só se conformam como aderem a ele! (Dúvida disso?)

    Interpretar o sermão do monte como mandamentos é transformar o evangelho na pior das religiões, seria hipocrisia para dar com o pau! Ai ai ai hahahahah.

    E esse raciocínio prossegue nas demais bem aventuranças, (no meu modo de interpretar é claro! Rssss).

    Quanto a Constantino acredito que ele certamente foi beneficiado, mas não acho Marcio, que seria esse um dos motivos, visto que há uma UNIVERSALIDADE, no tocante ao estados dessas pessoas descritas no sermão em todos os tempos até os nossos dias.

    Se você quiser comprovar basta ver os que “sofrem, choram, tem sede de justiça etc... no tocante ao meio cristão em que estamos vivendo hoje!” (Será que muitos dos blogueiros não fazem parte desses?).

    Quantas pessoas são massacradas, mas não podem fazer nada, acho que essa mensagem se aplica a esses que sabem da sua impotência, mas agora também sabem que são bem aventurados; pois não é mudar a situação que o vai realizar, visto ser essa uma impossibilidade.

    Mas saber que no reino, eles são bem vindo, não conseguem mudar a opressão, mas não se conforma com ela!

    Quanto ao paradoxo de amar os inimigos, bendizer os que perseguem essa dimensão ativa, dentro da passividade do sofrimento, vejo o seguinte:

    “Jesus quis com isso estabelecer um principio que anulasse a maldição da “ação e reação”( breve postarei um artigo sobre esse assunto com o tema: “REATIVO OU PRÓ-ATIVO”?)

    Veja Marcio entendo que ele estabeleceu esse principio, não esperando que os cristão iriam seguir a risca, mas os que quisessem se arriscar a seguir, no chamado “movimento da contração”, iria por fim a um ciclo interminável de “causa-efeito-ação –reação”.

    Jesus quis estabelecer um principio para quem quiser anular o ciclo interminável de violência, e para isso deu o exemplo na cruz!

    Ele sabia que isso seria agir de uma forma anti-natural no homem, por isso vejo que o sermão do monte não tinha em vista o sistema político romano em Constantino, mas sim uma abrangência universal, de forma que é tão atual quanto hoje no século XXI.

    Marcio eu creio que a porta do reino se chama UTOPIA. (Sei que vc não vai escandalizar visto que é meio liberal. Rsss).

    Mesmo não acreditando que o sermão do monte seja um alvo a atingir e sim um estado de quem não tem para onde ir!

    Espero ter respondido, ok?
    Abraço!

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  10. Prezado J. Lima

    Muito profunda essa sua reflexão sobre o sermão da montanha. As palavras de Cristo sempre foram no sentido de suscitar no outro a reflexão.

    Não sei calcular quantas vezes em meu consultório, eu fiquei frente a frente com o paciente, ouvindo-o exprimir a sua decepção consigo mesmo, suas faltas, seus erros, seu desespero e seu sentimento de inferioridade. Esse paciente está mais próximo do reino de Deus do que eu que o escuto. Eu me aproximo do Reino, como também desse homem, na medida em que me identifico com ele em sua impotência e desprezo, e só me sentindo assim é que poderei ajudá-lo, porque estou livre de todo espírito de julgamento.

    Essa escuta - de uma palavra que vem a mim se configura em minha subjetividade e não na discussão racional. Cristo no sermão da montanha, penso, quis suscitar a "transformação" de atitude de dentro do indivíduo para que pudesse surgir a interiorização de um valor novo: o sagrado como parte constituinte da existência humana.

    Bem aventurados os esvaziados, e os ocos porque os seus vazios serão preenchidos pela graça. – indo na contramão do que se pensa comumente que seja “desejo de potência” de Nietzsche.

    Aliás, o que Nietzsche não suportava era aturar os fracos e covardes em cujo peito ardia o ressentimento. Não suportava o ressentido(o eterno queixoso) que deixava de viver o que o momento lhe oferecia para acusar os fortes como responsáveis pelo seu estado.
    O ressentido é aquele que renuncia os seus desejos para depois culpar o mais forte, pela sua própria inércia e falta de atitude.

    O que Nietzsche queria dizer, era que esse ressentido aboliu o anseio de poder confrontar-se com a sua própria covardia e com os prejuízos que ela lhe causou.

    Nesse sentido Nietzsche está certo, pois a meu ver, Cristo no sermão da montanha não contemplou os ressentidos, movidos pelo velho ciclo: "causa-efeito-ação-reação", como magistralmente J. Lima realçou no seu irretocável ensaio.

    Estou aprendendo. Que venham mais textos como esse.


    Levi B. Santos

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  11. Que coincidência é o amor, já dizia o poeta.
    J. Lima sua descrição do sermão da montanha é o mesmo teor da minha ótica.
    Seria muito fácil pra mim, chegar agora e dizer isto, mas ainda bem que temos o blog..............pois tenho uma postagem mais ou menos antiga que interpreto dentro dessa ótica.


    Depois leia você mesmo e comente (pois toda a nossa rede de amigos; Levi, Eduardo, Gresder e Wagner, nós criamos um mecanismo para saber quando um leu o texto do outro, é muito simples, pelos comentários. É impossível nós lermos um texto do outro sem comentar, portanto, se tiver um texto seu, em que não esteja o comentário de alguns de nós, e porque esse alguém não leu o seu texto!) inclusive, sem falsa modéstia – vou imitar o vaidoso-convencido mas não convertido Gresder. Rrsrsrsrsrs – é um dos melhores textos meus.


    O link é: http://outroevangelho.blogspot.com/2009/11/o-reino-dos-excluidos.html


    Inclusive, não dei esta terceira opção, por justamente ser minha visão, e ser a mais coerente de todas – desculpe-me minha vaidade, estou sendo contaminado pelo Gresder. rsrsrsrsrsr


    Abraços

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  12. José lima pro seu governo eu não tenho constantes quedas, pois já sou um caído, e quem é caído não cai mais, por isso comigo não tem essa de “cair” kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Eu não mais pratico o pecado ou caio em pecado, eu sou o pecado, a personificação do mesmo, o pecado me escolheu para se representar. Por isso não tenho coma cair naquilo que eu mesmo sou, rsrs.

    Levi, confesso que morro de inveja quando você e o Lima entra por esses raciocínios, me sinto tão pobre pois não tenho como dialogar com vocês nestes níveis, mas confesso que com o tempo vou bebendo toda essas águas profundas, que nos completam com a visão do mundo dos olhos dos outros..

    É Márcio muitas coisas você esta aprendendo comigo também, e uma delas é intimidar os outros a visitarem nossos blogs, pois tem gente que acha que é estrela e que não precisa ler as nossas coisas, vamos mostrar para essa cambada como é blogar, pois se eles não visitarem nossos blogs faremos greve coletiva e castigaremos (iguais aos papas no passado) os caras sem a nossa ilustre, nobre, honorária e prestigiosa presença kkkkkkkkkkkkkkk

    Abraços sem falsas modéstias

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  13. Gresder desta vez - só desta vez. rsrsr - você tem toda (toda, também só desta vez viu, seu vaidoso compulsivo. rsrsrs) razão.

    A blogosfera é uma reciplosidade, não há como negar.........

    Eu mesmo aprendi que o mais legal é você visitar os blog dos outros colegas, do que propriamente o seu!

    É como sair de casa para visitar os amigos, e como é bom passear nas casas dos outros. rsrsrsrs

    Eu mesmo passo muito, mais muito mais tempo nos blogs dos amigos, do que no meu blog.

    Que coisa mais fantastica é esse presente que a internet nos dá......de aprender uns com os outros, e principalmente....o de fazer amigos!!!

    Abraços camaradas. rsrsrsr

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