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Jl-reflexoes

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Enfrentando as angustias da vida

 
Parte II
A beleza do que vemos nem sempre está no que vemos, pois a beleza é vista como projeção dos olhos da alma!   "Junto aos rios de babilônia”.
O cântico pode fluir diante do rio Jordão, mas fica mudo diante dos rios de babilônia, a beleza não estava nos rios de babilônia tão pouco no Jordão, a beleza estava nos olhos de quem olha, pois projeta a sua felicidade na direção do que se olha.
Um coração feliz encontra beleza no que normalmente não é considerado belo, mas na amargura não consegue ver a beleza no belo, pois a beleza é projetada pelo interior de nosso coração, de forma que se pode olhar para o belo e não ver beleza, e olhar para o não belo e ver beleza, “junto aos rios de babilônia”, eram rios de beleza superior ao rio Jordão, mas ao “sentar nos rios de babilônia”, o salmista não cantou, e sim chorou.

Uma pessoa feliz é aquela que está onde está o seu coração, não é o lugar que faz a sua alma ficar em paz, mas amar o lugar que se em que se está, não é o lugar belo em si, mas sim o amor daquele que ama, é nos olhos de quem olha que está à beleza e essa é projetada pela alegria de quem olha.

Os rios de babilônia só tinham beleza para quem tinha o seu coração em babilônia, mas para o judeu o rio mais lindo do mundo era o Jordão, não importa que seja um rio barrento, que não tenha a exuberância dos rios de babilônia, pois o coração do salmista tinha ficado muito distante, e longe do seu coração não há espaço para beleza.

O valor daquilo que amamos, só é percebido com a distância, a proximidade entre o sujeito e o objeto do amor, obscurece valor do objeto amado.
“Quando nos lembramos de Sião. Sobre os salgueiros que há no meio dela, penduramos as nossas harpas”. (137:1-2)
A palavra saudade é fruto de uma equação: “A distancia entre quem ama e o objeto amado”, somente através da ausência se percebe o valor da presença, tem razão Nietsche ao dizer: “aquilo que é próximo não é conhecido, pois como conheceríamos aquilo que nos é comum”, as lagrimas do salmista só foram exprimidas em razão da distância, só agora percebeu o valor daquilo que ele tinha tão próximo, mas não tinha a dimensão da sua importância.

O exílio foi conseqüência de não valorizar a conquista, de não perceber que o que tinha tão próximo era tão importante, precisou as circunstancias da vida o afastar daquilo que tanto amava, para então “chorar lembrando”, outrora as harpas não estavam penduradas, mas sim entoando cânticos, agora o instrumento da  alegria estava silencioso, pois faltava o ar para aquele que seria responsável em produzir a sinfonia
Angustia saudade e desânimo tomou conta do ser que cantava, agora contemplava as harpas, como testemunha da angustia vivida, esse sentimento de não perceber o valor, está na capacidade de psico-adaptação, onde aquilo que é comum está tão próximo, passa a não ser percebido, anulando a sensibilidade.
Jesus falou desse acontecimento a respeito de Jerusalém “Chegará o dia em que dirá bendito aquele que vem em nome do Senhor” (Lucas 13: 34) , naquele momento ele estava em Jerusalém, e não conseguiram ver que ele era o messias, somente na ausência seria percebido o seu valor, por isso a advertência de Jesus sobre o lamento que iriam ter ao perceber que Ele esteve tão próximo, mas não conseguiram ver, esse fenômeno é comum, somente a distância pode revelar a quem ama o valor do que se ama.
Continua...

3 comentários:

  1. J. Lima

    Cada vez mais os seus ensaios estão ficando mais profundos. É como um rio de aguas profundas, que a cada passo que damos nos vemos mais no fundo do profundo do rio.


    Neste seu brilhante ensaio quero me ater em comentar esta sua frase que é show de bola: "A beleza do que vemos nem sempre está no que vemos, pois a beleza é vista como projeção dos olhos da alma!".

    (Resume bem um dos dois pontos que nos transmitistes)


    A beleza não está no que vemos, no objeto, pessoas, lugares e momentos, mas antes, está em nosso olhar, pois os nossos olhos são as janelas da nossa alma!


    Nosso olhos são nossos espelhos, eles refletem o nosso interior.
    O problema não esta no que estamos vendo, mas em quem esta vendo.
    Ou seja, os nossos olhos nos denúncia como nós somos no mais intimo do nosso ser.


    Na verdade, vou mais além, com nossos olhos inclusive, projetamos no outro o que no mais escondido do coração se é.


    Somos o que vemos, e vemos o que somos.


    Abraços e estou te aguardando lá em minha sala do pensamento, onde toda a confraria esta reunida em uma boa e relevante discussão!!!

    (Será que toda vez eu vou ter que vir aqui e te intimar a comparecer em nossos debates?! rsrsrsrs)

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  2. Demoro mais apareci...rsrsrs QUe profundidade...Eita o psicologo já afloro...rsrsrs Abraços em Cristo.

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  3. OLá Vania.
    Que bom ter você na minha sala de reflexões!
    Me sinto honrad.
    Obrigado e um grande abraço para toda a familia.

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